Investigação científica e uso clínico da quina em Portugal na transição do século XVIII para o século XIX
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Universidad de Granada
Materia
Quina Portugal História da medicina Terapêutica Séculos XVIII-XIX Cinchona bark History of medicine Therapeutics 18th century-19th century
Fecha
2023Referencia bibliográfica
Guilherme Semedo, Maria; Pereira, Ana Leonor; Pita, João Rui. «Investigação científica e uso clínico da quina em Portugal na transição do século XVIII para o século XIX». Dynamis: Acta Hispanica ad Medicinae Scientiarumque Historiam Illustrandam, 2023, Vol. 43, Núm. 2, p. 505-531, https://raco.cat/index.php/Dynamis/article/view/424313
Resumen
A quina, uma casca de árvores nativas da América do Sul do género Cinchona com propriedades antimaláricas, tem um importante lugar na história da medicina e da farmácia. Possivelmente já conhecida pelos espanhóis no século XVI, foi usada na terapêutica pela sua
atividade febrífuga, estabelecendo-se como tratamento para as febres intermitentes nos séculos XVIII e XIX. Este artigo pretende avaliar a receção da quina em Portugal no último quartel do século XVIII e no primeiro quartel do século XIX através do estudo de obras portuguesas que descrevem pormenorizadamente as aplicações terapêuticas da quina, do estudo de uma publicação periódica médica, o Jornal de Coimbra e do estudo de receituário médico. Em Portugal, a quina foi também utilizada pela sua ação febrífuga, tendo sido publicadas várias obras descritivas da sua atividade terapêutica quer nas febres intermitentes, quer em doenças como a gota ou na gangrena. No periódico científico português Jornal de Coimbra (1812-1820) foram publicados, por indicação governamental, relatos de médicos de todo o país sobre as doenças existentes nas localidades em que exerciam e respetivo tratamento utilizado. Através da leitura desta publicação, verifica-se que a quina era um tratamento generalizado e normalmente eficaz para as febres intermitentes. No tratamento das febres intermitentes, a quina era geralmente associada a outros medicamentos como os eméticos. A quina foi também a droga mais prescrita num estudo de caso compreendendo 1954 receitas médicas. Foi prescrita por 434 vezes, entre 1779 e 1825, em receitas preparadas pelo Dispensatório Farmacêutico do Hospital da Universidade de Coimbra. Os relatos publicados no Jornal de Coimbra sobre a aplicação clínica da quina, e a percentagem elevada de receitas em que esta foi prescrita comprovam a sua importância na terapêutica em Portugal.