Purgatório, Misericórdias e caridade: condições estruturantes da assistência em Portugal (séculos XV-XIX)
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Abreu, LaurindaEditorial
Universidad de Granada
Fecha
2000Referencia bibliográfica
Abreu, Laurinda. «Purgatório, Misericórdias e caridade : condições estruturantes da assistência em Portugal (séculos XV-XIX)». Dynamis: Acta Hispanica ad Medicinae Scientiarumque Historiam Illustrandam, 2000, Vol. 20, p. 395-415, https://raco.cat/index.php/Dynamis/article/view/86639.
Resumen
O objectivo deste artigo é mostrar como o sistema português de assistência pública
foi organizado, e sobreviveu, durante vários séculos, desde que, nos finais do século XV,
a monarquia o reestruturou. Um processo concomitante da criação das Santas Casas de
Misericórdia que, depois do Concílio de Trento, assumirão o quase monopólio da
assistência, custeando-o com os bens daqueles que acreditavam no poder das missas
perpétuas para abandonar o Purgatório. Por razões intrínsecas à própria formação das
Misericórdias, elas acabariam por ser geridas oligarquicamente pelas elites locais. Este
artigo analisa ainda as principais medidas tomadas pelo Estado no século XVIII no
sentido de mudar o velho e frágil sistema que suportava a assistência pública. Leis
ineficazes que não conseguiram alterar a realidade: as Misericórdias encontravam-se
sozinhas —as elites abandonaram-nas quando o dinheiro começou a escassear—, sem
qualquer ajuda pública ou dos crentes, que, ao tempo, acreditavam menos nos benefícios
das missas perpétuas.