Competencias especificas dos educadores de infancia em Angola: caso dos centros infantis de Benguela e Lobito

Abstract

Este estudo tem como propósito abordar questões relacionadas com as competências específicas dos educadores de infância dos centros infantis de Benguela e Lobito, enfatizando as diferenças nas percepções dos educadores e professores do ensino primário sobre o conceito de competências, bem como as competências que deve ter o educador do pré-escolar e as que são consideradas essenciais no final da educação pré-escolar para que permita a continuidade no ensino primário. Baseando-nos nestas questões de partida, desenhamos os objectivos que, de seguida, se apresentam e que serviram de norte a todo o projecto de investigação: Analisar as percepções do conceito de competência pelos docentes da Educação Pré-Escolar e ensino primário dos Centros Infantis de Benguela e Lobito; identificar as competências específicas dos educadores de infância incidentemente os do Pré-Escolar no Centro em estudo; confrontar a natureza das competências desenvolvidas na Educação Pré-Escolar com as competências esperadas à entrada no ensino primário; analisar os documentos que definem as orientações curriculares normativos, currículo nacional e programas de Educação Pré-Escolar; Colaboraram na investigação um total de 200 docentes, 52.0% representavam os docentes do ensino primário e 48.0% os do pré-escolar. Optou-se por uma metodologia mista de investigação, em que o questionário, a entrevista e a análise documental serviram como técnicas de recolha de dados, a análise estatística e a análise de conteúdo como técnicas de análise de dados. Destacamos assim como conclusão a existência de divergências, especificamente na dimensão definição do conceito de competências, pois os resultados encontrados vão no sentido de uma apropriação apenas superficial, por parte dos professores e educadores do pré escolar, levando-nos a crer que a opinião dos docentes a este respeito é confusa, pois as definições mais exigentes do conceito de competências, as que requerem a resolução de situações novas e complexas foram aqueles que obtiveram uma concordância menos expressiva. Encontrámos também diferenças estatisticamente significativas, sobre as competências didáctico disciplinar bem como as consideradas essenciais no final da educação pré escolar relativamente ao domínio da Matemática, significando que o modelo de organização curricular por competência, para a educação pré-escolar ainda não constitui uma realidade.