Impessoalidade, despersonalização, dispersão: a poética negativa de Florbela Espanca
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Alías Bergel, AntonioEditorial
ARC Edições; Sol Negro
Materia
Florbela Espanca Poesía portuguesa Pensamiento crítico siglo XX Modernismo (Literatura)
Fecha
2021Referencia bibliográfica
Alías, Antonio. “Impessoalidade, despersonalização, dispersão: a poética negativa de Florbela Espanca”, en Maria Lúcia Dal Farra, Ana L. Vilela, Fabio M. Da Silva (Ed.). 100 anos do Livro de Mágoas. Releituras da obra de Florbela Espanca. Fortaleza (Brasil), ARC Edições y Sol Negro, 2021, págs. 102-122. ISBN 978-65-86916-20-1
Resumen
Para além dos tópicos biográficos em que a poesia de Florbela Espanca foi compreendida, alguns dos seus poemas sempre mostram uma consciência crítica em torno da figura do poeta, o que falaria de uma distinção estética sobre o âmbito empírico. Aqui o poeta percebe-se como a formulação poética de uma crise que, no entanto, se mantém autorreflexiva na condição mesma do ser (ontológica) inscrito na poesia (representação). O gesto da poeta aborda então questões relativas não apenas à uma afirmação do ‘Eu’ –como sujeito ou subjetividade–, mas da possibilidade de criação em poesia: uma imagem desprendida de si, que desfaz qualquer identificação na continuidade mítica da poeta portuguesa. Este texto resulta uma aproximação à poesia de Florbela em consideração de uma perspectiva crítica –a «aventura ontológica negativa» de que fala Eduardo Lourenço– que a restitui desde a modernidade para o pensamento poético contemporâneo. Beyond the biographical topics in which Florbela Espanca's poetry has been understood, some of her poems always show a critical awareness of the figure of the poet, which would speak of an aesthetic distinction over the empirical realm. Here, the poet is perceived as the poetic formulation of a crisis that nevertheless remains self-reflexive in the very condition of being (ontological) inscribed in poetry (representation). The poet's gesture therefore addresses issues relating not only to an affirmation of the 'I' -as subject or subjectivity-, but of the possibility of creation in poetry: an image detached from itself, which undoes any identification with the mythical continuity of the Portuguese poet. This text is the result of an approach to Florbela's poetry from a critical perspective - the "negative ontological adventure" of which Eduardo Lourenço speaks - that restores her from modernity to contemporary poetic thought.