La construcción del abandono temprano de la escuela como concepto político: Un análisis en la sociología de la educación

Abstract

Además de formar parte de las estadísticas, el abandono escolar temprano (ESL según sus siglas en inglés) es un concepto político que requiere reflexión y discusión. Este artículo se basa en un proyecto de investigación sobre el abandono escolar temprano en 9 países de la Unión Europea para centrar el problema portugués, donde el tema de la deserción escolar y su contexto social, económico y político toma dimensiones particularmente graves. Haciendo un análisis diacrónico entre 2000 y 2014, este artículo define y explica las características de tres subperiodos, vinculados a los diferentes modos de gobierno de la educación. Centrándose en particular en el periodo actual, empezando en 2011, este trabajo recoge diferentes perspectivas sobre el problema y analiza las políticas y condiciones que lo rodean. El objetivo es contribuir con una mirada de la sociología de la educación a la comprensión de la construcción del abandono escolar temprano como concepto político y el análisis de las prácticas políticas para confrontarlo, teniendo en cuenta los impactos de los cambios educativos en la equidad educativa y los derechos pedagógicos. Sostenemos que dada la actual tendencia a la segregación de algunos grupos dentro del sistema educativo y la prevalencia de la lógica competitiva en detrimento de la búsqueda de la inclusión social, que amenazan el logro de los derechos pedagógicos en particular para los grupos con mayor vulnerabilidad social, se acentúa la necesidad de medidas educativas de gran alcance que tengan en cuenta y den valor a los puntos de vista e intereses de los intervinientes en los diferentes niveles de fabricación del espacio educativo europeo.

Para além de uma construção estatística, o abandono escolar precoce (ESL) é um conceito político que exige reflexão e questionamento. Este artigo baseia-se num projeto de pesquisa sobre ‘abandono escolar precoce’, em 9 países da União Europeia, e centra-se no caso português, onde o abandono da escola assume dimensões particularmente graves. Este artigo define e explicita as características de três sub períodos, entre 2000 e 2015, ligados a diferentes modos da governação da educação, focando-se, em particular, no período que decorre de 2011 até ao presente, relacionando com perspetivas de atores envolvidos. Pretende contribuir com um olhar da sociologia da educação para a compreensão da construção do ‘abandono escolar precoce’ como conceito político e para a análise de políticas para o confrontar, tendo em conta os impactos das mudanças educativas na equidade educacional e nos direitos pedagógicos. Argumentamos que face à tendência atual para a segregação de alguns grupos no interior do sistema educativo e à prevalência da lógica de competitividade em detrimento da busca de inclusão social, que põem em risco a realização dos direitos pedagógicos particularmente para as pessoas de grupos com maior vulnerabilidade social, se acentua a necessidade de medidas educativas poderosas que tenham em conta e que atribuam valor às visões e interesses de atores distintos, nos diferentes níveis da fabricação do espaço Europeu de educação.

Beyond the statistical construction, early school leaving (ESL) is a political concept that requires reflection and questioning. This article is based on a research project on early school leaving in 9 countries of the European Union to center the Portuguese problem, where the issue of early school leaving and its social economic and political context assumes particularly serious dimensions. The article defines and explains the features of three sub-periods, between 2000 and 2015, linked to different modes of education governance. Focusing in particular on the current period, running from 2011, this work captures different perspectives on the problem and analyzes the policies and conditions that surround it. The goal is to contribute with the lenses of sociology of education to understand the construction of early school leaving as a political concept and to the analysis of political practices to confront it, while taking into account the impacts of educational changes in educational equity and the democratic pedagogic rights. We argue that the current trend to segregate some groups within the education system and the prevalence of the logics of competitiveness to the detriment of the search for social inclusion, which threaten the achievement of pedagogic rights particularly for those groups with greater social vulnerability, gives evidence to the need for powerful educational measures that take into account and assign value to the views and interests of diverse actors at different levels of the fabrication of the European education space.